quinta-feira, 29 de julho de 2010

Bravo!

Que brilho te cega?

De onde vem essa beleza?

Não ouço, nem sinto

Estou perdida!

Vibra de longe, torce, delira

Em meus ouvidos causa ojeriza

Mas vai reclamar:

“Não fale tanto, olha o exagero

Você também já foi assim.”

Se era tamanho o erro

Por que esconder de mim?

Já estou cansada desse tédio

De abraço falso e riso sério

Chega pra lá que eu sou quem sou

E pra que comer se não gostou?

Se é coisa boa eu vou sentir

Não bato palmas pra agradar!

Divagar

O rubor dos lábios contrasta com o alvo macio da pele e a cor é de um rosa pulsante pintado pelas uvas de alguma safra desconhecida, mas que tomam todo o pensamento e os reflexos de forma avassaladora e deliciosa. Que pena tenho daqueles que guiam sem planar neste plano de idéias infindas e amores inesperados. Bebo a eles, em homenagem aos que se perderam em pensamentos e elucubrações no caminho da vida. Que nada mais vale senão for experimentada de todas as formas, texturas, proporções.. Ah! Quanto tempo no ar, quantas tardes perdidas e absurdos transpirados. O belo nem sempre é o certo – e o que é certo senão a sua escolha de vida? O ideal atingido combina com a certeza de alcançá-lo assim como o belo está para a função que exerce sobre quem o observa. Certo e errado se complementam. precisam existir na mesma pessoa para que ela faça sentido. Sentir implica em existir e a negação do sentimento, seja ele qual for, é apenas uma subjetividade imaginária que pretende retardar a verdade. Escolho afirmar, afirmo que desejo, desejo amar mais e sem amarras. Racionalizar aciona o não-sentir. Sinto que devo parar agora ou corro o risco de me contradizer. Escolho parar, paro pra pensar, penso dormindo.


*Foto de Fabio Issao

O Segredo dos seus Olhos


Tenho a impressão de que fui a última pessoa a descobrir Juan José Campanella. Não interessa... não me importo em ser apenas mais uma a reverenciar este diretor já consagrado por seus filmes (ainda não os vi, mas pretendo ver - todos!). O que sei é que me apaixonei pela forma como ele conduz a trama e suas personagens, pelos caminhos improváveis e mistérios que pairam no ar até o instante final. A trilha sonora de Federico Jusid e Emilio Kauderer, sensível como os olhares silenciosos. O Segredo dos Seus Olhos, do argentino, ganhou o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro este ano. Ainda está nos cinemas, mas por pouco tempo. Surpreendam-se!