terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Onde está?

Retorno de lugares distantes

Piso no chão de outra terra

Anseio o tempo - não volta!

Presente daqui e pra onde ir?

Passado de lá, tão longe está


Nessa terra fui rei e andei

Na pressa de chegar

Pergunte a quem passar

Vai dizer:

- Corajoso igual não vi!

Difícil de esquecer quem foi daqui.

* novembro de 2007.

domingo, 12 de dezembro de 2010

O que vai ficar pelo salão


Sou suspeita pra falar deste trabalho porque admiro demais todos os envolvidos: Gabriel Cavalcante, Roberto Didio, Renato Martins, Patrick Ângelo, Áurea Martins, Cristina Buarque, Anabela, Amelia Rabello, Moacyr Luz... Nem precisava tanto para escancarar a emoção.
Vislumbro aqui o renascimento do samba. E que fique claro, de uma vez por todas, o sentido desta palavra e sua importância para a música brasileira. Um despertar despretensioso, mas visivelmente avassalador. Melodias preciosas encontram alento na poesia de Roberto Didio e no timbre trabalhado de Gabriel Cavalcante (Samba do Ouvidor).

"Minha vida é o cata-vento
que começou a girar
quando o samba veio me buscar"

Peça o seu: oquevaificarpelosalao@hotmail.com

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

“Toda espera encontra seu lugar”

Rio de Janeiro, 06 de dezembro de 2010

Volto a lhe escrever depois de longa data. O silêncio tomou conta das minhas palavras e por isso peço perdão. Pude encontrá-las, esta manhã, ainda esparsas. Separei um papel amarelado e este envelope, pensando no momento em que você as receberá.

As gotas de ontem secaram, em dura realidade, a ilusão que cobria meus olhos. Um imenso clarão se abriu no horizonte, veio sem sombra. Desbotou a cor da amendoeira defronte à minha janela. Corri pra dentro do sonho alagado, cheguei perto dela e na foto só vi manchas. Não me reconheci. Os pés brancos recortados do chão, meu corpo enrugado desprazer.

A distância emudece. Suas palavras despertam. A voz de hoje me ensurdeceu.

Desde aquele dia, te encontro nos quintais de mangueiras largas e carregadas, no canto das cigarras, cambaxirras e sabiás, nas letras que deságuam em chuvas cada vez mais freqüentes por aqui, na pele e no sorriso outro, nas melodias de fé e descrença, nos abraços, nas cores e flores, no meu andar, no meu olhar.

Lembra daquela canção de aniversário que a Zezé cantou ao pé do seu ouvido naquele 14 de dezembro? Nem lembro mais como era, mas sei que ela terá muito prazer em repetir este gesto de carinho.

Daqui, festejamos suas conquistas e sonhos. Os laços estreitos e devidos apertos. A parceria eternizada, generosidade das palavras. Saudamos também os tropeços, as amarras e o desfecho.

Para sempre em nós e até quando nos for permitido, cantaremos a você!

Um beijo carinhoso,

Da Birela.

“Toda espera encontra seu lugar”

Renata Macedo