segunda-feira, 21 de junho de 2010

Ciranda

Ciranda de três meninas

Duas de cara e uma de sina

Com força na dança

De vida, de herança

Acolhe o amor,

Devolve em esperança



Frágil olhar

Doce presença

Força de gestos

Generosos afetos

Quantos sonhos acordados...

Intensidade nas palavras, nos cuidados



Palavra de conforto

Olhar da Ciência

Carinho de essência

Conta histórias com humor

Ri da vida, chora em seguida

Abre seus braços

Abraça e dança


Nessa ciranda

* Pintura de Waldomiro Sant'anna

Soma

Fiz de mim o seu ‘eu’

Dei pra mim o apogeu

Longe assim esqueceu

O que nunca meu, nada quis

É ilusão, é seu pensamento-breu.

Que, com o meu, não condiz

Pois que o fiz pra ser seu

E enfim se deu..

O seu fim do meu ‘eu’.


quarta-feira, 9 de junho de 2010

Identidade - Parte I

O cerco se fechou. Descobriram meu nome e telefone. Ligam a qualquer hora do dia e da noite usando codinomes. Buscam mais informações fazendo-se passar por operadores de tevê a cabo. Acho que consegui despistá-lo dessa vez! (20:30hs) trim trim... - Alô? Quem? Com quem deseja falar? Não... ele não mora mais aqui. Não tem ninguém aqui com esse nome! Não, não usamos tevê a cabo (desliga). Noutro dia me acordaram de madrugada dizendo que o serviço ficaria fora do ar por alguns dias. Pela manhã o interfone toca e o porteiro anuncia: “É o rapaz da tevê a cabo.” Gelei. O barulho do elevador me acordou do transe: - Não! Não deixe ninguém subir! Corri pra trancar a porta e, pelo vidro, notei que o elevador subia 1º, 2º, 3º (ai..) 4º parou no 5º andar (ufa). Abri a janela e lá embaixo estava ele parado em frente ao portão. Como se percebesse que o observava.

Subliminar


Essa mão por debaixo da blusa me acaricia a cintura e desconserta a mente. Presa estou nas asas da liberdade escolhida a dedo - que se entrelaça e caminha pelo corpo alheio, à esmo na vastidão nuclear intitulada mundo. Um segundo de certo sem despir o que sou. Outros tantos sentindo com gosto o sabor. Entender deve ser como ter ilusão. Finge um sim sou feliz sem ti, mente um não toda vez com razão.