quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

"Eu sou só, eu só, eu só, eu"

“Mas na voz que canta tudo ainda arde

Tudo é perda, tudo quer buscar. Cadê?” Caetano Veloso


Soberana e intocável

Ela vigia a cidade e seus amores

Desenha a roda e não dança

Embala os cantadores

Em silêncio

Luz fria e branca

Canta

Canta a voz que tudo cala

Escurece os olhares

Reflete o brilho na asa

E cega a si mesma

Adormece no vazio

Voz de faca

Despedaça na partida

Arrependida.

Plano B: Aluarte

Pula comigo?
Mulher que vira homem
Lua que se esconde atrás da serra
De pedras que escoam a chuva
Toda tarde arde... a fome
O que se quer é
Dançar em cima da mesa
Entre taças de vinho
Cheiro de flor e tri beira
Adotar um filho por um dia
Sentar na janela
Andar a cavalo
Pegar gata branca no muro da igreja
Besouro, sapo, barato total
Nau dos loucos e santos
Com Jesus cantando as meninas
E chocolate rodando na pista
Pouso de João, Maria e Ana
Alfaiate de cartola e bicicleta
Papai Noel de charrete com Bituca
Na vitrola do baiano ouvir Marisa
Me avisa se alguém chegar