sábado, 25 de junho de 2011

shhhh

Amareleceu
esvaiu
viu?
Fui, não veio
Meio
fim?
Um dia espero
Também, sem elo
ou zelo.
Des-espero
Partido
Ao meio
Silêncio
Vem? Hein?
Pronto. Quando?
Outro dano
em silêncio...

sábado, 11 de junho de 2011

Avenida Rio-Horizonte

“Pra onde vou? E a resposta é: vou.” Clarice Lispector

Os instantes escapam aos meus dedos. Agarro-me ao medo. Uma vida inteira em mãos alheias. E a vontade de ordenar o destino - desmedido raciocínio. Antes distante, agora por fora do acaso, por dentro do errante. Mente incessante-mente pensante – passo atado-decorado. De presente dou-me a liberdade. Do prazer, de te ver, do porvir. E o que virá? Interessa? Sigo rumo aos descaminhos. Não te busco e me encontro, perdida. Duas vias - três vidas na Avenida Rio-Horizonte sob o belo azul outono.

domingo, 5 de junho de 2011

Para sempre

Acompanho seu caminhar por alguns minutos, por horas... por anos. Quanto maior a distância entre nossos corpos, maior se faz a angústia em mim. De cada lágrima, suspiro, de cada pétala arrancada do seu peito. A dor aguda da ausência, agora extrema e profunda com o desfolhar do corpo vivo que somos nós. Prometo guardar em mim toda a memória falha e irreal que desenhei pra você. Lembrarei de todos, quantos, muitos, nossos, de tudo. A Deus, jamais culparei por revelar-te - desvelar-me. A Ele deixo a razão de ser o que é; eu fico com os porquês. E quando passado este presente, reconhecer a sabedoria da total ignorância. Neste dia, com os olhos nos teus, ousarei apenas uma certeza: o amor, este, nunca morre. Enquanto ele não vem, escrevo pra te dar "boa noite!"