quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Forças de atração

Nadava buscando a superfície. Não tinha mais ar para continuar debaixo d’água. Algo me puxava para o fundo, pesava meus braços e pernas. O peito apertado e os olhos vermelhos, cegos de pavor. Seria este o fim? Sem força para acreditar, deixei a correnteza levar meu corpo. E, como uma mãe embala o filho, bem junto ao seu coração eu adormeci, no fundo, do fundo, do mar. 

Colocou um pé atrás, pegou impulso e saltou. Ladeeeeeiraaaaa! No meio do caminho congelou o pensamento: “morri!”, mas tinha pouco tempo de vida e resolveu seguir com a gravidade até o fim. Foi quando o asfalto a parou que ouviu: “acorda!”

Toda manhã acordava sorrindo, levantava cedo e logo o calor penetrava sua pele. Passava o dia admirando aquele olhar, aquele único olhar capaz de hipnotizá-lo por horas. O mundo enfeitado à sua volta e ele só tinha olhos para o Sol. Da janela do quarto se via um campo de girassóis.

ali


No centro do fundo de mim existe um motivo. Não busco, nem calo. Desisto. O que me parece mais fácil. Parece apenas. A mesma força que move o ‘não’, corre para o lado oposto em poucos minutos. É labareda presa sem oxigênio, inquietude pueril.