quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Escrita II

Quantas sobras incompletas de sentido. Reunidas, seriam o todo? Mas qual é o sentido do conjunto de incoerências? O mosaico de quase-pensamentos completa qual ideia no diário desenfreado de palavras? Não sei se escrevo para alguém. Também desconheço quem possa compreender o que pretendo com este ato.

Escrevo-me em cada palavra. Não tenho medo dela (a palavra). Presa ou livre, deixo que venha sem pejo. Sendo o desejo nada mais que a natureza do sentido. Gosto mesmo é de folhear meu bloco de palavras. São tão bonitas, todas elas juntas, uma atrás da outra, em cima, embaixo, longa ou crua. Pra que entender uma arte tão singular que por si só é bela? Às vezes penso que escrevo para vê-las depois. Uma vontade de preencher o vazio – este que fica menor a cada instante que arredondo as linhas e desenho letras distintas, isoladas ou unidas. Este que é envolvido pelas formas mais estranhas e ao mesmo tempo confortadoras. Este transformado em ponte entre as pessoas. Por mim as palavras nem precisariam ter sentido... elas já são.

3 comentários:

  1. O que vc falou do sentido das coisas das palavras; sobre as palavras não precisarem fazer sentido por que elas já "são", tem na minha modesta opinião valor literário-poético-musical! É o que na minha verdade eu espero dos poetas, o verdadeiro sentido tá dentro da gente, de como cada um se sente lendo o que vc e eles escrevem. No mais, esse Blog de "bloco de notas" pra mim faz todo o sentido rsrsrs.

    Abraço Gabi.

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  2. ehehe pois é.. ainda tem isso: o sentido que tem pra mim será um pra cada pessoa, como vc mesma disse! Obrigada pelo carinho, Adélia! Grande beijo :)

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  3. Poxa Gabi, esse eu não tinha visto...
    Gostei!

    Bjoca!

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