quarta-feira, 11 de março de 2009

Abuela

Silêncio da manhã
Gestos lentos
Secura dulcificada
Riqueza de palavras
Poucas

Presença etérea
Gosto de saudade
Despe a vida em porquês
Cega os dias sem respostas
Dói em mágoas
Distantes

Espelha a vaidade
Incolor
Idos longos
Logo parcos
Pinta os lábios
Inexatos

Inquieta paz
De que é certa a vez
Ensaia só por horas
O instante breve
Que se repete
E repete.

*Poema dedicado a minha avó (ler ouvindo a música)

3 comentários:

  1. amei seu espaço...seus escritos, suas ideias! bjos, bjos!
    com saudades felizes!

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  2. "despe a vida em porquês; cega os dias sem resposta" - sem dúvida foi a coisa mais poética que você já escreveu. Esse poema é de uma beleza sensível e sutil. Em versos curtos e precisos nos reporta ao cerne de uma realidade humana próxima de cada um de nós, de alguma forma, de várias formas, com a riqueza de possibilidades que a imaginação e sentimento humano alcança.
    É realmente lindo.

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