
E, mais uma vez, num espaço de poucos minutos, ela repetiu a pergunta sem se dar conta que a mesma, fora respondida na primeira e segunda vez. A resposta, essa que soou como badalada seguidamente alta? Não lembrava mais. Por onde teria escapado? Será que se perdeu naquele pensamento novo que pra todos parece cansativo e chato? As pessoas perdem a paciência tão rápido ultimamente. Ah! Lembrei o que eu queria perguntar! Mas, que dia é hoje mesmo? Por que estou neste carro? Eu conheço essas pessoas, que bom. Devem me levar pra casa. Sim, é isso. Estamos voltando da festa na casa do meu filho. Eu me despedi dele? Não. Acho que não. Não sei... não lembro. Ah! Lembrei o que eu queria perguntar! E eu, jantei? Tinha comida lá? Pra onde estão me levando? Poxa, não presenteei ninguém. Vou chegar e ligar pra me despedir com calma. Hein?! Já perguntei o que? Não entendi. Às vezes não consigo acompanhar o ritmo das pessoas... até as pernas reclamam. Eu, calada? Nada... Ah! Lembrei o que eu queria perguntar! O que? Do que estão rindo? A essa altura as pessoas em volta se olhavam e riam num jogo de aparente compreensão, mas total descontrole e embaraço. Ai, como é bom estar em casa. E o meu filho? Me despedi dele? Será que ele vai ficar triste comigo? (Deita para dormir) Poxa, não dei presente pra ninguém. Eu tranquei a porta? (Levanta da cama devagar e caminha no escuro até a sala) Trancada!