Dobro ruas como quem esquece
Nem viro que é pra não me ver
Saio cedo, corro - envelheço.
Envelhece o tempo que não o meu,
Retardam as horas do não vir.
Esqueço os dias, palavras, vazios
Esqueço essas linhas...
Finjo não escrever.
(em janeiro de 2008)
Linda essa fuga , adorei vir aqui bjs
ResponderExcluirXana, obrigada pela visita e pelo comentário.. espero encontrá-la aqui mais vezes! bjos
ResponderExcluir"Dobro ruas como quem esquece
ResponderExcluirnem viro que é para não me ver"
A precisão com que essa palavras foram ditas me impressiona; refletem a busca incessante existencial e existencialista que nos leva a fuga, à várias fugas e a própria fuga da busca.
O incrível é que elas vem ornadas de simplicidade; me remetem à rotina ordinária do dia-a-dia, o pão nosso de cada dia, e o que há de encanto e trágico neste passar das horas.
Adoro sua capacidade de objetividade. Drummond e Pessoa também são assim... Isso é privilégio de poucos.
Um grande prazer em lê-los (seus poemas)...
Acho interessante esse processo.. assim como você ao fazer uma foto, eu tb não penso muito nos desdobramentos disso. Apenas escrevo o que me vem... geralmente em forma de angústia. E não me limitaria a uma interpretação, acho que pra cada um deve soar de uma maneira. Adoro seus comentários! Beijos
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