Escrevinhar sem medo de errar, ponho-me a pensar... escrevo e não paro, que distância vem e fica pra contar sobre o que não foi e poderia ter sido. Sem pensar, recomeço do instante que foi ainda pouco, antes mesmo de chegar, do momento em que lia, absorvia, sorvia as palavras abundantes – nada mais que isso mesmo – de claríssima leitura. Reproduzo aqui o sentimento intenso e incessante que me arrebatou enquanto lia e que me prende a este papel irretocável (senão inútil) e de pouco valor diante da disposição das palavras que, à medida que surgem, se fazem entender, pois elas SÃO. *foto da máquina de escrever de C.L.
Primeiro registro do bloco de notas, inspirado na leitura de
Água Viva - Clarice Lispector.
Inspiração "Clariceana"...acho que ela pensava como vc...SEM MEDO!
ResponderExcluirFica com essa: "TRANSCEDER É TRANSGREDIR"
ResponderExcluirAdoro este livro de Clarice...para mim, o melhor! e...vc, sua inspiração ressonante, me direciona a mares tão azuis, que me afogam em sentimentos d'alma...
ResponderExcluirEsse texto me remeteu a muitas reminiscências... A começar pela máquina de escrever... lembrei-me do prazer que eu tinha quando criança de escrever escondido na máquina da minha tia (professora). Ficava namorando a máquina à espera de um momento seguro de abordá-la sem ser pega. Ela despertava um fascínio pleno em mim.
ResponderExcluir"Escrevinhar sem medo de errar" - Clarice escrevia assim, por isso era tão visceral e autêntica porque escrevia sem intenção.
"Recomeço do instante que foi ainda há pouco" - lembrei da angústia de segurar o tempo nas mãos... Eu sempre descrevi o minuto com um estalar de dedos que ao mesmo tempo que está sendo, já foi ( outra lembrança da infância...)
"Papel irretocável" - o esboço do que se escreve sem intenção é menos borrado por correções do que por verdade do que se é, do que se vem a ser.
Obrigada por esse texto... Ele já me pertence também...
hehe quantos comentários lindos! Suas palavras, ainda mais do que a vida, me inspiram a escrever. Obrigada!
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