sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Aro


As horas não mais me pertencem. Elas passam por mim, lambem meu rosto gritando à minha inércia. Daqui só vejo uma imagem – sombras de imagens são imaginação de um tempo dentro desse que criei. Entrelaço o fio da vida a um emaranhado de sonhos. Às vezes encontro a saída e noutras, outras, novas, mais vidas. Seus olhos, duas rodas que cercaram meu corpo e nunca mais me libertei. Os círculos engolidores de estórias. Mastigaram, um a um, os números dos meus dias. Uma, duas... três voltas na chave e nem mais uma dúvida. Nem mais uma dívida. Ou dádiva. Agora sou apenas eu. Eu e minha bicicleta (ainda na caixa).

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Superfície

Feliz cidade plena de atropelos, zelos comedidos, nem diz a que veio. Pelo meio erro o acento, caio desperto - deserto a esmo. Desfeito o direito, conserto o inverso que ainda que cedo descobre-se certo: não cabe no antigo. Outono mais seco, inverno degelo. Se perto ou sem freio, distante inteiramente do seio de si.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

lançamento do cd

Rua Conde de Bonfim, 824 - Tijuca Tel: 3238-3880
Ingressos R$ 16 (inteira), R$ 8 (meia) e
R$ 6 para grupos acima de dez pessoas com compra antecipada

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

A equilibrista

Acho que o não, por vezes, é um presente e tudo o que se sente, depois de estar ausente, parece mais intenso. A imagem desfocada ganha nitidez e um brilho embriagador no vazio. Os lugares esquecidos, agora coloridos, me fazem companhia nas manhãs. Já é dia? Sonho acordada pelos raios de Sol, como naquela noite vislumbrei outro corpo no lençol. Mas o que será, e o que seria de mim não fosse aquele dia? Juro que não penso muito nisso. Sigo no caminho que escolhi. Aliás, quantos foram? Não decidi. Em um fio desencapado sapateia, em estado de graça, a minha vida.